Alemanha: Dicas, roteiros e o que visitar

Rio Main - Frankfurt
Frankfurt
Talvez essa seja a viagem mais paradoxal que já fiz. Sete dias. Apenas sete dias foram suficientes para conhecer uma enorme quantidade de lugares: sete cidades e mais de 1000 km dirigidos! Talvez o tempo tenha passado de forma diferente para mim, mas a impressão que tive foi de que essa viagem durou mais que duas semanas. Mas antes de continuar, aproveite para seguir nosso perfil no instagram e conferir dicas de viagens de diversos lugares do mundo!


Mapa do Roteiro
O início

Tudo começou quando eu e um amigo resolvemos viajar durante um feriado prolongado. Mas para onde ir? Deixamos o destino nos guiar. Estávamos pesquisando preços de passagem para Europa, quando encontramos uma para Frankfurt, ida e volta, por R$1500,00. Quem está acostumado a viajar sabe que é difícil encontrar passagens para Europa por esse preço. 

E não foi necessário pensar muito: o sonho de todo homem de poder dirigir um “possante”; conhecer castelos medievais; provar uma digníssima cerveja alemã direto da fonte; ver de perto obras de arte da época da renascença; aprender mais sobre a Primeira e Segunda Guerras Mundiais e a história de filósofos como Goethe; conhecer um dos berços da Idade Moderna. 

Aos 29 anos, poder experimentar tudo isso, num momento de amadurecimento das ideias e do pensamento, fez com que essa possibilidade se tornasse irrecusável.

A chegada

Saímos do Rio de Janeiro num sábado, fazendo escala em São Paulo, e chegamos a Frankfurt no domingo. Aquele friozinho na barriga ao chegar, uma vez que o visto é fornecido na hora... Mas tudo ocorreu bem. Durante a entrevista, informamos o objetivo da viagem e quanto tempo duraria. Mostramos o comprovante do seguro viagem e as reservas dos hostels. Pronto! Vistos concedidos. Tudo o que nos restava a fazer era desfrutar a viagem!

Frankfurt

Chegamos a Frankfurt num domingo durante a tarde. No aeroporto, pegamos um trem em direção à estação central. Escolhemos um hostel bem próximo, para não perdermos muito tempo com deslocamento, já que no dia seguinte partiríamos para outra cidade. Deixamos nossa bagagem no hostel e aproveitamos para pegar algumas informações com o funcionário. 

Pedimos ao mesmo que nos recomendasse um lugar onde pudéssemos comer uma típica comida alemã. Ele nos recomendou um restaurante, a algumas quadras de onde estávamos, em que poderíamos comer o famoso joelho alemão. 

Prato Típico
Joelho Alemão - Prato Típico
A indicação foi incrível! O prato estava super saboroso. Após o almoço, resolvemos caminhar a pé, e, com isso, foi possível conhecer alguns dos principais pontos turísticos da cidade.  Andamos pelas margens do rio Main. 

O que fazer em Frankfurt
Rio Main - Frankfurt
O dia estava lindo e ensolarado.  Pude observar a quantidade de jovens que se reúnem na beira do rio com seus amigos para tomar uma cerveja, sentar na grama e bater um papo. 

O que fazer em Frankfurt
Rio Main - Frankfurt
Avistamos a Catedral de São Bartolomeu e fomos até o Römer, um conjunto de casas históricas. Ao anoitecer, voltamos para o hostel e perguntamos onde teria uma boa festa para irmos. Mais uma vez a indicação foi fantástica: o funcionário nos indicou uma festa numa palafita, às margens do rio Main; lugar incrível, com boa música e pessoas amigáveis!

o que fazer em Frankfurt
Frankfurt - Catedral de São Bartolomeu
O que fazer em Frankfurt
Römer
Heidelberg

Antes da viagem, já havíamos programado de alugar um carro e iniciar nossa jornada pelas estradas da Alemanha, as famosas autobahns. Ir até a Alemanha, berço da criação dos automóveis, onde estão as fábricas da Mercedes-Benz, da Audi, da BMW e da Volkswagen, e não dirigir um desses carros é como ir até Roma e não visitar o Coliseu, imagino. 

Procuramos por uma locadora e alugamos um Mercedes Série A. No entanto, para nossa decepção (momentânea), quando chegamos a locadora, segunda de manhã, o carro não estava lá. Tentaram nos empurrar um carro desses de família, mas não aceitamos, pedimos por outro de mesmo valor ou acima. Como havia um VW Scirocco, acabamos ficando com ele − que por sinal é um carro incrível. 

Iniciamos nossa jornada em direção a Heidelberg. Estrada super segura, sendo possível alcançar 200 km/h! Uma hora depois, chegamos a Heildelberg. Ela é famosa por possuir o Castelo de Heidelberg, um dos principais pontos turísticos da Alemanha. Ele fica no alto de uma colina e, abaixo, passa o rio Neckar. Ao redor, edificações no estilo medieval. 

O que fazer em Frankfurt
Rio Neckar
O que fazer em Frankfurt
Castelo de Heidelberg


O lugar é incrível, alugamos uma bicicleta e pedalamos pelas margens do rio. Andamos pela vila e almoçamos. Em seguida, fizemos o caminho do filósofo, uma pequena trilha no alto da cidade com vista panorâmica. À noite, retornamos para o hostel e fomos até um boliche bem próximo.

Passeio de bike às margens do rio Neckar
Passeio de bike às margens do rio Neckar
Vista de Heidelberg
Vista de Heidelberg
Stuttgart
             
Logo pela manhã, no dia seguinte, partimos em direção a Stuttgart. Nosso objetivo era realizar o sonho de todo garoto apaixonado por carros. Então fomos em direção ao primeiro dos três museus de carros que iríamos conhecer: o Museu da Mercedes-Benz. 


Para quem não sabe, 1886 é considerado o ano da criação do automóvel moderno, quando o Alemão Karl Benz patenteou sua invenção.  A Mercedes-Benz é considerada a mais antiga fábrica de automóveis e é resultado da fusão entre duas empresas: Benz & Cia e Daimler. 

O que fazer em Stuttgart
Museu da Mercedes-Benz
No museu, você encontrará desde os primeiros automóveis até os mais modernos, bem como os protótipos dos primeiros motores, e aprenderá sobre a história das criações.  O passeio durou uma manhã, e, logo em seguida, partimos em direção a Munique.

O que fazer em Stuttgart
Museu da Mercedes-Benz
Munique

Chegamos durante a tarde a Munique. Logo que chegamos, fomos conhecer o Museu da BMW, que também não poderia ficar para trás! Você sabia que a BMW, inicialmente, foi criada para produzir motores para aviões? No entanto, após a Primeira Guerra Mundial, devido ao Tratado de Versailles, foi proibida de construí-los. 

O que fazer em Munique
Museu da BMW 
O que fazer em Munique
Museu da BMW
O que fazer em Munique
Museu da BMW
A partir daí, passou a produzir motocicletas e, logo em seguida, automóveis. Terminada a visita, fomos almoçar para depois conhecer outro museu, desta vez de artes. A Alte Pinakothek é um dos mais importantes museus da Alemanha. Conta com coleções de artes desde o Século XIII até o século XIX, focando o período da renascença. 

Leonardo da Vinci
Museu da Alte Pinakothek
É possível encontrar pinturas de famosos artistas alemães como Albrecht Dürer e Lucas Cranach. Além da galeria alemã, é possível encontrar obras de Leonardo da Vinci e Rembrandt! Para finalizar o dia, fomos a um bar bem típico: culinária alemã e aquela cerveja direto da fonte! Que tal uma Paulaner ou uma Hofbräu?

Ingolstadt

Para finalizar o terceiro museu automobilístico, partimos na manhã seguinte em direção a Ingolstadt. Destino: Museu da Audi. Você sabia que na fabricação de um audi A3 90% da produção é automatizada e feita por robôs? Apenas 10% da etapa de produção é feita pelo homem. No museu, você encontrará desde os primeiros automóveis fabricados até os mais novos com designs fantásticos!

O que fazer em Ingolstadt
Museu da Audi
O que fazer em Ingolstadt
Museu da Audi
O que fazer em Ingolstadt
Museu da Audi
Dresden
               
Agora teríamos um longo caminho a percorrer até Dresden, mas quando pensamos que a viagem seria cansativa, uma surpresa: ela foi inspiradora! Ao longo do caminho, diversos campos de plantação de canola. O amarelo se misturava em meio ao verde dos campos e ao azul do céu. 

Campos de Canola Alemanha
Campos de Canola
Campos de Canola Alemanha
Campos de Canola
Campos de Canola Alemanha
Campos de Canola
A paisagem era tão linda que resolvemos parar em determinado momento para curtir o visual. Parece que foi “milimetricamente” calculada. Tínhamos planejado chegar a Dresden e conhecer o Castelo de Pillnitz. O sol estava se pondo quando chegamos, estacionamos rapidamente e corremos para ver o sol se pondo por trás do rio. 

Castelo de Pillnitz Dresden
Castelo de Pillnitz
Dresden Alemanha
Pôr do sol visto do Castelo de Pillnitz
Eis que presencio uma das cenas mais bonitas que já vi: um casal de idosos, que devia ter aproximadamente uns 90 anos, estava sentado num banco de madeira, pintado de branco, admirando aquele belo espetáculo. Pela idade, eles presenciaram a Segunda Guerra Mundial. 

Germany
Casal admirando o pôr do sol em Dresden
Para quem não sabe, Dresden foi uma cidade completamente destruída pelos bombardeios. Mas eles estavam lá, para provar que o amor é capaz de vencer qualquer obstáculo. Passamos a noite em Dresden, para na manhã seguinte seguir em direção a Berlim.

Berlim

Para terminar a nossa jornada com chave de ouro, antes de retornarmos a Frankfurt, a última cidade que visitamos foi Berlim. Se você não conhece o significado da palavra “cosmopolita”, Berlim é o lugar ideal para aprendê-lo. 

Se houve uma cidade no mundo em que vi uma grande variedade de povos, grupos étnicos e tribos, essa cidade foi Berlim. Jovens com diversos estilos de se vestir: punk, geek, gótico, skater, casual, executivo. Todos os estilos em uma só cidade. A riqueza cultural estava em todas as esquinas.

Chegamos pela manhã e nos hospedamos num hostel bem ao lado da estação central. No primeiro dia, aproveitamos para conhecer o portão de Brandemburgo, um dos mais famosos cartões postais da cidade. Circulamos pelas redondezas, vimos o Parlamento e outros monumentos próximos. 

O que fazer em Berlim
Portão de Brandemburgo
O que fazer em Berlim
Parlamento Alemão
À noite, aproveitamos para curtir uma noitada. Pegamos um trem e fomos até uma boate. Ficamos até as 3 da manhã e, ao sair, resolvemos procurar outra festa. Descemos umas escadas num local próximo à estação, quando nos deparamos com uma festa gótica, num lugar bem “underground”. Talvez, pelo fato de sermos psiquiatras, o local tenha nos chamado atenção. 

Resolvemos entrar e observar o comportamento das pessoas. O lugar era escuro, todos vestidos de preto, luzes de neon (que pouco iluminavam o local), paredes pixadas e “new wave” tocando ao fundo. Foi uma experiência antropológica bem interessante. Por volta das 6 horas, retornamos para o hostel.

Na manhã do segundo dia em Berlim, saímos para conhecer o Memorial do Holocausto. Um lugar de arrepiar, que simboliza o massacre dos judeus mortos na Europa. Não tem como não sair tocado pela emoção deste lugar. Em seguida, fomos conhecer outro marco da História Mundial: O Muro de Berlim. Erguido em 1961 e derrubado em 1989, foi um dos símbolos da Guerra Fria. O que sobrou dele foi pintado com grafite. Várias imagens simbolizando a paz. Outro lugar emocionante!

O que fazer em Berlim
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O que fazer em Berlim
Muro de Berlim
O terceiro dia teve sua particularidade. Talvez tenha sido o dia mais incrível da viagem. Resolvi deixar minha câmera no hostel, para aproveitar ao máximo o último dia em Berlim. É claro que não resisti e acabei levando o celular para tirar algumas fotos. Alugamos uma bicicleta e resolvemos sair sem rumo pela cidade. Parecia que conhecíamos a cidade na palma da mão. 

Entrávamos em qualquer rua e, de repente, nos deparávamos com outros pontos turísticos. Descobrimos vários parques pela cidade, pedalamos pelas margens do rio, passamos novamente pelo muro de Berlim. Gastamos praticamente o dia inteiro fazendo esse passeio, pedalamos por horas, mas foi como se estivéssemos renovando nossas energias!

Berlim
Homem Molécula
Frankfurt

Assim se encerrava nossa viagem. Resolvemos voltar para Frankfurt de trem bala. A viagem durou cerca de três horas. Fomos direto para o aeroporto. Espero que tenham gostado do relato. Cada vez que viajamos, aprendemos mais sobre a vida, sobre a arte, sobre a história. Acredito que esse investimento ajude a nos tornar pessoas melhores! Até a próxima! 

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